Há tempos
tento voltar a escrever algo ou até tentar manter esse
blog, que para mim na
maioria das vezes é um espaço para meus pensamentos e opiniões. Acredito que
mesmo que esteja maçante o assunto eu não deixarei de falar nunca de uma das melhores
experiências da minha vida ate o momento que foi a “Missão Guarani-kaiwoa”.
Quando vi que realmente daria certo de participar fiquei um pouco com medo,
pensamentos pessimistas vinham à tona, como por exemplo, o de não dar conta de
fazer nada, de não se adaptar e o de querer embora o quanto antes. Acontece que
foi ao contrário, em relação a trabalho e as coisas que eu não sabia ou até o
que eu não tinha aprendido ainda, sempre tinha alguém para ensinar ou para
auxiliar naquele momento de mais sufoco, e não digo só em relação a serviços odontológicos,
mas também limpeza de banheiros, cozinha, na organização de cafés da manhã, almoço
e na esterilização dos materiais utilizados todos os dias. É uma experiência de humanização, você fica
cara a cara com uma realidade que pra falar a verdade, não está nem um pouco
distante de nós, mas para enxergamos essa situação, essa realidade você tem que
entrar nela e ver. Foram dez dias participando de uma vida totalmente diferente
das nossas, conhecendo gente nova desde humilde a malandras, e claro crianças
lindas e na maioria das vezes fortes ate demais, pois aguentavam o tratamento
sem nenhum problema, e se tratando de algumas crianças mesmo eu querendo
escrever tudo aqui eu não passaria o jeito delas, o olhar delas ao ver algo
como uma TV ou celular com tantas opções. Alguns lá eram mais privilegiados tinham
uma condição melhor, mas também havia outros que não tinham nada, assim como
algumas aldeias que já tinham casa de tijolos e outras mal tinham um barracão. Havia
situações ou cenas de alegria como também haviam de muita tristeza, mas tristeza
para nós, porque uma das coisas em que mais nos surpreendemos foi que eles não
reclamam daquela situação em que vivem, ou do que comeram se comeram naquele dia,
enquanto nos reclamamos de tudo, principalmente quando nos falta algo. Como eu já
disse pessoalmente para algumas pessoas é realmente um tapa na cara de
realidade, a maioria de nós deveriam sim participar de algo sim, mas ir com vontade
de testar seus limites, de se auto conhecer e descobrir que o mundo gira muito
mais distante do que o nosso próprio ego. Agradeço ao Padre Eduardo por me
proporcionar essa experiência e agradeço a todos os envolvidos, muito obrigado
e que me desculpe se fiz algo que pudesse desagrada-los, se alguém receber um
convite de uma experiência como essa não pense duas vezes antes de aceitar, só
aceite.